top of page

Constantino, pai da igreja romanista

  • Foto do escritor: ocatecumeno
    ocatecumeno
  • 5 de nov. de 2021
  • 4 min de leitura

Eis um personagem polêmico, protagonista de diversos debates com protestantes. Insistem em dizer que Constantino I, imperador de Roma no século IV, fundou a Igreja. Sendo chamada pejorativamente de igreja romanista. Porém tal afirmação não possui sentido lógico e factual na história como demonstraremos abaixo em resposta as seguintes acusações:


- Constantino fundou a Igreja Católica inserindo nela uma estrutura pagã, colocando dentro da igreja cultos e símbolos das religiões pagãs daquela época. Ainda que não se creia que foi o próprio Cristo que fundou a Igreja Católica sobre a pedra que é Pedro (Mateus 16.18). Existe uma tempestade de testemunhas, sucessores dos apóstolos, que testificam este mesmo entendimento sobre a primazia de Pedro na Igreja e consequentemente a primazia da Igreja de Roma “a qual deveria estar sujeita todas as demais igrejas cristãs” como dizia Santo Irineu de Lyon no século II, a fim de manter a unidade e a verdadeira doutrina de Cristo vinda dos apóstolos. Podemos citar os cristãos que escreveram sobre a igreja ou sobre a fé na época: Inácio de Antioquia, Clemente de Roma, Irineu de Lyon, Policarpo de Esmirna, Cartas de Barnabé, Didaqué. Demonstram toda a estrutura doutrinal e clerical já existente na Igreja inclusive com veneração às relíquias, aos mártires e a Virgem Maria. A organização hierárquica na Igreja percebemos já no Novo Testamento com bispos, diáconos, presbíteros e em Atos 15 vemos o Concílio de Jerusalém bem organizado e com liderança definida. Sendo Pedro o principal dos apóstolos. As imagens e símbolos já eram tradição da Igreja desde as catacumbas no século I. Os elementos simbólicos e ritos da missa são encontrados no novo e velho testamento, especialmente no livro de Apocalipse. Os sacramentos estão presentes na bíblia. É para a igreja de Roma que Paulo escreve sua carta aos Romanos. Não há condição histórica para afirmar que Constantino fundou a Igreja. Para afirmar que Constantino fez essas coisas precisamos negar todo o passado ou simplesmente não o conhecer. Precisamos desacreditar de todos nossos irmãos que viveram naquele tempo e relataram sobre a Igreja de Cristo. O Édito de Milão de Constantino apenas tornou a religião cristã legítima, já que anteriormente era um crime contra o império punido com a morte. O cristianismo se tornou a religião oficial do império romano com Teodósio I em 380 d.C no Édito de Tessalônica.


- Constantino convocou reuniões na Igreja, incorporou ela ao império por interesse político e mudou a fé verdadeira para uma fé romanista pagã. É verdade que Constantino convocou o Concílio de Nicéia e que ele tinha interesses políticos por trás de seu apoio ao cristianismo. Porém, de maneira alguma ele teve chance de mudar a fé ou enxertar na fé as suas crenças pessoais. Um exemplo claro disso é que no Concílio de Nicéia convocado por ele, Ário que recebia apoio de Constantino, perdeu a disputa teológica sobre a divindade de Cristo. A heresia ariana foi rejeitada e excomungada pela Igreja Católica, essa heresia dizia que Jesus era apenas uma criatura perfeita e não o próprio Deus. Neste post explico melhor sobre essa e outras heresias a respeito da divindade de Jesus. Um de seus interesses era manter o império romano de pé e viu essa força no cristianismo, apesar disto não conseguiu ser tão demagogo quanto os políticos da modernidade que utilizam o nome de Cristo em vão sem temor algum. Sua influência em matéria de fé foi nula. A igreja não foi incorporada ao império se tornando um braço do estado. Mas ela se integrou legalmente à sociedade e passou a exercer suas atividades sociais com autorização do império. As obras sociais eram exercidas pela Igreja, acolhendo pobres, órfãos, viúvas e buscando leis justas para o bem do povo. Veja, por influência do cristianismo Constantino decretou leis contra o aborto, contra o abandono da mulher, contra o adultério, contra o abandono de crianças, contra o infanticídio (já que o pai podia deixar o filho morrer de inanição ou despejá-lo na rua sem qualquer punição legal). Começava ali a valorização da mulher e da criança, antes tratadas apenas como propriedade do pai. A Igreja era tão eficaz em suas ações sociais que Constantino confiou a ela funções administrativas no império. Eusébio de Cesareia relata bem essa época. Além de Atanásio e Cirilo de Alexandria que combateram as heresias que se opunham a divindade de Cristo consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo.


Constantino não foi nenhum santo, cometeu erros terríveis e pecados escabrosos. Diferentemente de sua mãe, Santa Helena. Todavia está longe de ser este monstro que paganizou a igreja, talvez ele até fosse capaz de o fazer, porém não houve espaço na Igreja para que isto ocorresse. Se importando muito com o seu império, acabou por abraçar a fé cristã, pois percebeu nela a força para sustentar o império de roma que estava em ruínas. E ele estava certo, não apenas o território do império romano, mas todo o ocidente e parte do oriente foram cristianizados pela ação da igreja de Cristo, a Santa Igreja Católica. Mesmo com a queda do Império Romano, é a Igreja que passa a ser a referência para a humanidade ocidental. Este homem foi alcançado por Cristo através de um sonho que resultou em grandes vitórias para Constantino assumir o trono do império, que gerou uma vitória ainda maior do cristianismo sobre o império. Mesmo tendo interesses próprios, Constantino foi um homem usado por Deus de uma maneira admirável e reconheceu que Cristo é a verdade, se batizando no final de sua vida. Foi importantíssimo na história do cristianismo e conhecer essa história nos desperta fé na provisão de Deus e nas promessas de Jesus Cristo dizendo "estarei convosco até o fim dos séculos" e "as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Minha Igreja". Louvado seja Cristo Jesus Nosso Senhor!

Комментарии


bottom of page