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A Venda de Indulgências

  • Foto do escritor: ocatecumeno
    ocatecumeno
  • 24 de set. de 2022
  • 13 min de leitura

Atualizado: 30 de mai.

Talvez um dos acontecimentos mais conhecidos e abordados para questionar a Igreja Católica seja a venda de indulgências na idade média. Em especial as vendas ocorridas no século XVI, por parte de Johann Tetzel, sendo o mais famoso de seus denunciantes Martinho Lutero. Para abordarmos melhor este episódio da história, voltemos ao entendimento e ensino da Igreja quanto às indulgências. A doutrina da Igreja é pouco conhecida pelas pessoas em geral, o que se conhece nada mais são do que o que se inventou a respeito dela. São criadas noções absurdas sobre o que a Igreja ensina e, por isso, é compreensível que nossos irmãos rejeitem a fé católica. Portanto, iremos iniciar dizendo aquilo que NÃO É indulgência:


  • não é uma permissão para pecar, nem perdão de pecados futuros

  • não é o perdão do pecado, pois ela supõe que o pecado já foi perdoado

  • não é isenção de lei ou dever, ao contrário, significa um pagamento para reparação de seus erros

  • não confere imunidade contra tentação

  • não é compra de perdão que assegura a salvação ou libertação da alma do purgatório


Mas então o que seria uma indulgência? Utilizemos uma ilustração. Imagine que você é inquilino de um apartamento e há uma parede branquíssima na sala sem nenhum defeito, nela você martelou diversos pregos e ao longo do tempo acabou sujando devido o uso. Se passa o período de contrato e você irá devolver o apartamento para o proprietário. É sua obrigação restituir o imóvel em sua condição inicial, inclusive a parede branquíssima. Logo, você irá retirar os pregos, tapar os buracos, corrigir as imperfeições e pintar a parede com tinta branquíssima. Ou seja, irá reparar os danos que causou na parede.


Em analogia, nós somos o inquilino, a casa é a nossa vida, os pregos e a sujeira são os pecados e Deus é o dono de tudo. Quando pecamos ofendemos a Deus e contraímos as devidas punições de acordo com a justiça divina em uma ordem natural pré-estabelecida por Ele. Quando Adão e Eva pecaram (Gênesis 3.16-19) o próprio Deus impõe as penas a nossos primeiros pais, penas estas que ecoam sobre nós até hoje. Existem dois tipos de pena: temporal e eterna. “Sendo o pecado um ato desordenado, é evidente que todo o que peca, age contra alguma ordem. E é portanto decorrência da própria ordem que seja humilhado. E essa humilhação é a pena” Santo Tomás de Aquino. “Deve o homem sofrer (esta vida) mesmo remidos seus pecados; apesar de que para lhe vir a miséria, primeiro tivesse sido causa do pecado. É mais longa a pena do que a culpa, para que se não tivesse em pouca monta a culpa, se com ela acabasse também a pena. E por isso mesmo ou para a demonstração da devida miséria, ou para emenda da vida de pecado, ou para exercício da indispensável paciência, a pena retém temporalmente o homem, mesmo aquele a quem já não prende a culpa como réu de eterna condenação" Santo Agostinho. É uma realidade óbvia que o perdão não gera necessariamente a isenção de pena temporal ou que uma ação não gera necessariamente uma reação intrínseca ao ato que a desencadeou.

As penas sofridas no mundo material são as penas temporais e as penas sofridas no mundo espiritual são as eternas. Essas penas são impostas pelo julgamento justo e misericordioso de Deus, com objetivo de purificar as almas, defender a integridade da ordem moral e restituir a glória de Deus a sua plena majestade. Quando pecamos somos dignos tanto da morte física quanto espiritual, ou seja, tanto de castigos/consequências naturais quanto de castigos/consequências sobrenaturais. Cristo vem ao mundo para nos salvar da pena espiritual, o inferno, a qual somos incapazes de pagar ou de fazer qualquer esforço digno de merecer o perdão por nossos delitos. Por seu amor e graça, Deus nos perdoa através do sacrifício de seu Filho, nos livra da condenação eterna e nos redime para uma vida de amor por Ele e pelo próximo. Ao sermos perdoados por Deus estamos completamente livres da condenação eterna, todavia ainda estamos sujeitos às penas temporais.

Como na analogia anterior, é preciso reparar os danos que causamos à ordem natural. Veja, uma pessoa que se vicia em algum tipo de droga, peca. Uma pessoa que é infiel no relacionamento, peca. Uma pessoa mentirosa, peca. Cada ação pecaminosa gera uma desordem no meio em que ocorre, no indivíduo, no próximo, na sociedade. Essa desordem traz consequências danosas para o ser humano e para criação, sendo necessário reparar estes problemas. Ao pedir perdão genuinamente e ser perdoado por Deus, o indivíduo viciado está livre da condenação eterna pelos méritos de Cristo. Porém, salvo milagres, ele precisa se esforçar para abandonar seu vício por amor à Deus. E este não é um caminho prazeroso, mas árduo, penoso. É onde entra o sacramento da cura que se divide em duas partes: penitência e indulgência. A penitência é uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, arrependimento e satisfação/correção por parte do cristão pecador. É o esforço para regressar a casa do Pai tal como a parábola do filho pródigo (Lucas 15). Ao nos confessarmos a Deus, somos perdoados. Em João 20.23 “Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; aqueles a quem retiverdes, lhes serão retidos”, Cristo delega aos apóstolos autoridade para perdoar ou reter o perdão dos pecados. Por isso nos confessamos a um padre, pois assim Nosso Senhor instituiu para que fôssemos curados por completo da desordem que o pecado causa em nós. Após a confissão o padre nos orienta para prática penitencial a fim de corrigirmos a mazela em nosso ser, simplificando, o padre nos aconselha para uma vida de amor a Cristo e ao próximo. A caminhada cristã é uma contínua busca pelo nosso aperfeiçoamento no amor à Deus. A penitência não é para o perdão dos pecados, pois o perdão é gratuito, mas sim para correção dos problemas que geramos com nossos pecados. Dedicaremos outro artigo sobre o tema penitência. Agora podemos entender o que é uma indulgência. A Igreja nos ensina através do catecismo “A indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições, pela acção da Igreja, a qual, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos” §1471. Todas nossas boas ações cooperam para o bem de toda a Igreja, de todo membro da Igreja, afinal estamos unidos no Corpo de Cristo. Igualmente, todas nossas más ações afligem este Corpo. Assim, podemos abençoar ou prejudicar o próximo com nossas ações. Toda humanidade está espiritualmente interligada, o testemunho dessa união é evidente em Adão, pois seu pecado passa para todo homem por propagação hereditária. Porém, o mais alto e perfeito princípio, fundamento e modelo dessa relação sobrenatural humana, é o próprio Cristo, no qual toda criatura é convidada à salvação. Mesmo que alguém não seja parte do Corpo de Cristo, ainda sim isto acontece pois toda humanidade está ligada e a ação de um atinge todos de alguma maneira direta ou indiretamente. Porém no Corpo de Cristo isso se dá de maneira ainda mais concreta, pois estamos intimamente ligados neste mistério.


Ao praticar o bem, ao amar Nosso Senhor, coopero para o bem do próximo, coopero para o bem do Corpo. A indulgência é a aplicação deste bem por parte da Igreja, bem este o qual Cristo é suficiente mas ainda assim convida seus filhos para que estes cooperem para salvação do próximo (o que não faltam são exemplos bíblicos de homens e mulheres que o fizeram, intermediando, sendo canal de Nosso Senhor), com o fim de satisfazer as penas temporais merecidas pelo pecador. “A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística” Papa Paulo VI. É o que chamamos de Comunhão dos Santos.


Exemplificando, ao interceder em oração por um irmão, estamos depositando indulgências ou praticando o amor em benefício do próximo. Sendo a Igreja, aqui representada por seus sacerdotes aos quais sucederam os apóstolos e por isso gozam da mesma autoridade advinda de Cristo sobre o Corpo, fiel depositária de todas as indulgências. Ela aplica estes méritos alcançados por seus filhos/pelos cristãos, lembrando que o mérito de Cristo é infinito e suficiente porém Ele mesmo nos convida e nos torna cooperadores de seu Reino em seu Corpo, doutrina que nos salta aos olhos na primeira carta de São Paulo aos coríntios: “Nós somos cooperadores/operários de Deus.” 1 Coríntios 3.9

Então, a Igreja através dos sacerdotes aplica essas indulgências advindas de todo o Corpo de Cristo (inclusive da cabeça que é o próprio Senhor) para a satisfação dessas penas temporais às quais um membro do Corpo esteja sujeito. Cooperamos assim para a salvação e aperfeiçoamento uns dos outros, prestamos um socorro mútuo para atingir nosso fim eterno. O novo testamento é recheado de exemplos desta doutrina da Igreja, sendo Cristo o principal e essencial, é por imitar Ele que o cristão é impelido a se entregar por amor a Deus e aos homens. Ora, foi assim com todos os apóstolos que entregaram suas vidas pelo bem de todos que pudessem alcançar, pelo sacrifício destes homens que o evangelho chega a nós. Mas não para nos apóstolos, pela entrega de todos nossos irmãos que viveram no passado nessa terra é que hoje colhemos os frutos e tantas benesses que caem sobre nós sem que nada tenhamos feito para tal. Já nos primórdios do cristianismo a doutrina das indulgências era pujante, ainda no primeiro século Santo Inácio de Antioquia sabendo que seria martirizado ao ser preso e levado a Roma para julgamento, escreve cartas para algumas comunidades cristãs onde aceita o martírio como demonstração de seu amor para com Deus e para com os homens. Para ser testemunha de Cristo imitando o Senhor em tudo, até a morte. Se multiplicam nos primeiros séculos o número de mártires com a perseguição do Império Romano contra os cristãos, mas também muitos cristãos não conseguem persistir na fé diante de tão grande provação e acabam por negar a Cristo e são compelidos a adorar ídolos e o imperador para escaparem da morte. Arrependidos, estes que negaram o Senhor se voltam para igreja, vão ao bispo/padre local para se confessarem. O sacerdote então os absolve do pecado quanto a pena eterna (perdoada por Deus), todavia os sentenciam a uma penitência para correção de tamanha transgressão, as mais comuns eram: permanecer de joelhos durante toda a missa dominical, dormir no chão, se vestir de vestes surradas, jejuns, esmolas aos pobres, serviços comunitários ou na igreja. Em períodos que podiam variar entre dias, semanas, meses e até anos. No caso de pecados graves, era normal que a penitência durasse anos até que o penitente pudesse ser restituído plenamente na comunidade cristã e absolvido da pena temporal. Era o costume da época, podemos considerar loucura, todavia lembre-se que a Igreja vivia tempos dificílimos em que estava a todo tempo ameaçada pelo Império. Onde a tibieza na fé poderia comprometer toda uma comunidade cristã, tais ações eram necessárias para que o indivíduo tivesse a confiança dos irmãos; isto auxiliava no aperfeiçoamento mútuo de todos. Sendo raro o relato de algum cristão que tenha negado a Cristo pela segunda vez após os atos penitenciais. Recapitulando, o penitente já havia sido perdoado por Deus e pela Igreja (na pessoa do sacerdote) pois devemos primeiramente a Deus, mas também ao próximo, afinal pecamos contra ambos. Entretanto, as penas temporais, a consequência da desordem pecaminosa deve ser corrigida. Um exemplo de excesso foram os montanistas, heresia condenada pela Igreja já no segundo século, mas que enganou a muitos. Basicamente, o montanista era um purista, sendo a parte que nos convém tratar no momento é sua doutrina quanto ao pecado. Para eles um pecado grave jamais poderia ser satisfeito, ou seja, jamais uma pessoa que nega a Cristo poderia ser aceita no seio da Igreja novamente. Não poderia ser acolhido, aquele que peca gravemente estava fadado a condenação. O mais renomado entre eles foi Tertuliano. Destes tempos para a atualidade, a doutrina foi aperfeiçoada, para um entendimento cada vez mais profundo e essencial. Mesmo já havendo este entendimento e essa essência nos primórdios do cristianismo. Cada época possui suas particularidades e seus costumes. Sendo necessário nos colocarmos na história para não cometermos o erro do anacronismo, que é balizar um período histórico na mente humana da atualidade. Onde certos conceitos e concepções inexistiam. Portanto, nas comunidades cristãs primitivas, a penitência e a indulgência eram muito rigorosas se comparadas às vivenciadas em nosso tempo. Sendo ambas corretas, aplicadas na medida em que são necessárias por múltiplos fatores que o leitor pode estudar mais a fundo em livros sobre a história do cristianismo nos primeiros séculos e na patrística.


Segundo o historiador Daniel Rops no livro A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, muitos mártires passaram a oferecer o seu martírio como satisfação das penas daqueles que não conseguiram amar a Cristo ao ponto de darem sua vida, como ele viria a fazer. Entregavam ao bispo as então chamadas cartas de paz, para o bem daqueles que precisariam passar tanto tempo em penitência. Assim, em um ato de amor o mártir satisfaz a pena temporal de seu irmão e este poderia agora voltar plenamente à comunidade cristã. Mas é certo que este irmão deveria se esforçar para não mais cair em pecado e se aperfeiçoar em Cristo com o auxílio da Igreja. É o próprio Cristo a fonte de todos os méritos e de toda indulgência, citando Tertuliano 190 D.C “Não pode o corpo se alegrar com o sofrimento de um só membro; é necessário que todo ele se doa e colabore para a cura. Num e noutro está a Igreja, já que a Igreja é Cristo. Portanto quando te ajoelhas junto ao irmão abraças a Cristo, suplicas a Cristo. De modo semelhante quando eles choram sobre ti é Cristo que suplica ao Pai. O filho sempre alcança facilmente o que pede”.


Antes de tudo a penitência e a indulgência se dão por uma ação interior, movida por Deus. Sem um verdadeiro movimento interior é impossível que o homem seja perdoado, regenerado, transformado e aperfeiçoado no amor de Cristo. Portanto, quem tudo opera é o próprio Senhor, sem o qual nada podemos fazer. Só é possível entender as indulgências se reconhecermos que estamos unidos no Corpo de Cristo. É um tesouro espiritual aplicado pela Igreja, Corpo de Cristo, para o bem daquele que pecou e que faz parte deste corpo. Estando efetivamente sempre conectada a penitência, para aperfeiçoamento deste pecador.


Vamos para os personagens de um dos capítulos mais famosos envolvendo a doutrina da indulgência. Leão X foi papa entre 1513 e 1521, advindo da família Médici que era uma família muito poderosa na época, desde cedo demonstrava interesse na vida eclesiástica e se tornou papa aos 37 anos. Há historiadores que o apontam como um papa terrível, beberrão, festeiro, avarento, homossexual e costumeiramente citam um episódio onde ele teria mandado banhar um garoto em ouro para exibir sua riqueza e o garoto veio a falecer por isto. São alegações feitas por difamadores contumazes da Igreja, principalmente por protestantes e futuramente pelo iluminismo. Não há documentos que comprovem essas acusações, exceto quando se trata dos cuidados com o dinheiro, que seria uma quantia de milhões manipulada pelo papa. Mas outros historiadores, que não pretendem politizar mas sim apresentar os fatos como o são, apresentam Leão X como um homem estudioso, preocupado com a Igreja, homem bom, cooperando no investimento na caridade (hospitais, asilos, conventos, peregrinos, pobres entre outros) e na cultura. O que é muito mais palpável perante os documentos da época. Sabe-se que Leão X gastava rios de dinheiro desnecessariamente, digamos que ostentava a riqueza que passava por suas mãos. Por vezes de maneira ilícita, como por exemplo para financiar o casamento de seu irmão.


Em seu papado, visando arrecadar valores para a reforma da Basílica de São Pedro, ofereceu indulgência para aquele que ofertasse quantias em dinheiro para tal finalidade. Sendo a oferta ou a esmola aos pobres um costume quanto às indulgências desde os primeiros séculos no cristianismo. É quando surge Johann Tetzel, um frade dominicano alemão, que viria a ser nomeado por Leão X o comissário responsável pelas indulgências para arrecadação de fundos para a basílica citada anteriormente. Tetzel corrompe o ensino da Igreja e passa a proclamar a indulgência como venda de perdão, chegando a declarar a garantia da salvação e perdão de pecados vindouros. Uma frase popularmente vinculada a sua pessoa é “tão logo uma moeda na caixa cai, uma alma do purgatório sai”. É muito citado o historiador Ludwig von Pastor a respeito destes acontecimentos, ele apesar de ser classificado como católico, comete um erro tenebroso ao dizer que a doutrina católica ensina tal como Tetzel pregava. Como explicado acima, jamais foi este o ensino da Igreja, o perdão de Deus para a culpa eterna é gratuito e não há nada que torne o homem digno desse perdão, se não nos méritos de Jesus Cristo. Vejamos por exemplo o que o papa da época, Leão X, escreveu a respeito: “a Igreja Romana, a quem as demais devem seguir como a mãe, ensina que o Pontífice Romano, sucessor de Pedro, o portador das chaves e vigário de Cristo na terra, pelo poder das chaves que permite abrir o reino dos céus tirando aos fiéis de Cristo os impedimentos (a culpa e a pena devidas pelos pecados atuais, a culpa mediante o sacramento da penitência, a pena temporal, devida segundo a divina justiça pelos pecados atuais, mediante a indulgência eclesiástica), pode por motivos razoáveis conceder indulgências aos mesmos fiéis de Cristo, unidos pela caridade como membros a Cristo, quer se achem nesta vida, quer no purgatório, pela abundância dos méritos de Cristo e dos Santos” Cum Postquam.


O problema da venda de indulgências seria o estopim para que Lutero se colocasse contra as más práticas de Tetzel e futuramente se rebelasse contra a Igreja condenando-a quase que por completo. Pode-se discordar da doutrina da Igreja, é compreensível que não se tenha fé em algo, todavia, que se discorde daquilo que ela ensina. E não há documento oficial da Igreja que apresente a indulgência como é acusada por nossos irmãos protestantes ou como foi praticada por Tetzel. Não podemos confundir as atitudes dos filhos da Igreja com o que a Igreja verdadeiramente ensina. É um raciocínio muito simples, veja, não é porque um aluno diz que 2+2 é 3 que o professor ensinou isso ou que os matemáticos assim redigiram como normativo. Tal como não é porque Judas traiu a Cristo que Nosso Senhor assim o educou ou proclamou que deveria agir desta maneira para colaborar com Sua Paixão na cruz. Perceba como é absurda essa estrutura de pensamento. Portanto, não é porque o cristão peca que a Igreja o ensinou e o doutrinou a pecar. Pelo contrário, ele peca exatamente por não seguir os ensinos da Igreja. Outro fato cristalino é o desconhecimento que as pessoas têm quanto à Doutrina da Igreja e a constante difamação reproduzindo o que ela não ensina, como se ela o ensinasse. Ora, somos livres para discordar, mas que se discorde com honestidade e conhecimento para criticar aquilo que as coisas são de fato.

Durante a história ocorreram diversos erros e excessos, por isso a Igreja foi aperfeiçoando a forma de aplicação das indulgências a fim de comunicar a essência dessa fé. Que é a unidade do Corpo de Cristo, onde estamos misticamente unidos de tal forma que tanto os males quanto os bens que afetam um afetam a todos. A carta da Igreja mais recente sobre essa questão é a Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina do papa Paulo VI. Onde são listadas normas para que não ocorram mais tais erros como no passado por parte dos filhos da Igreja, especialmente o clero. Que Deus derrame sobre nós a sua graça e possamos contar com a ajuda da Igreja para o nosso aperfeiçoamento no amor ao próximo e a Nosso Senhor. Amém!


“Porque como o corpo é um todo com muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também Cristo. Em um só Espírito fomos batizados, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito” 1 Coríntios 12.12-13


Leia também no Catecismo da Igreja Católica a partir do parágrafo 1471

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