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Corpus Christi

  • Foto do escritor: ocatecumeno
    ocatecumeno
  • 29 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 30 de mai.

Evangelho segundo São Mateus 26.26-28 “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”.


Deste modo, Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, quinto mistério luminoso que contemplamos no terço geralmente nas quinta feiras. Do grego eucharístian que significa ação de graças. O principal sacramento por Ele nos dado, no qual está o centro de nossa fé, o próprio Cristo nas espécies de pão e vinho que ao serem abençoados pelo sacerdote se tornam verdadeiramente corpo e sangue do Senhor. Conforme as próprias palavras de Jesus no evangelho acima descrito, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”. No evangelho segundo São João 6.51-60 Nosso Senhor diz “se não comerdes da carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” e todos que ali estava compreenderam que Cristo falava literalmente em comerem sua carne e beberem seu sangue, por isso muitos se escandalizaram e deixaram de seguir Jesus.


As primeiras gerações cristãs já eram acusadas de antroprofagia (ritual onde se come carne humana) pelos pagãos, especialmente no Império Romano. No ano 177 o apologista Atenágoras de Atenas escreveu ao então imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodos uma petição em favor dos cristãos onde defende a fé na Eucaristia. Outro contemporâneo de Atenágoras, um dos pais da Igreja, Irineu de Lião diz: “Nossa maneira de pensar concorda com a Eucaristia, e a Eucaristia confirma nossa maneira de pensar”. Portanto, uma realidade vivida desde o princípio do cristianismo. Desde a primeira missa celebrada, desde a instituição da Eucaristia nos alimentamos do corpo e sangue de Jesus que se dá aos homens para salvação de muitos.


São Paulo em sua primeira carta endereçada aos Coríntios 11.29 “Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação” se comemos e bebemos indignamente do pão e do cálice somos culpáveis pelo sangue e corpo de Cristo. As demonstrações dessa fé na tradição e nas Escrituras são evidentes e a Igreja confirma no catecismo parágrafo 1324 “A Eucaristia é fonte e cume de toda a vida cristã. Os sacramentos restantes, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”.


Apesar da Eucaristia estar na vida da Igreja desde o princípio, a festividade de Corpus Christi foi instituída universalmente somente no ano de 1317 pelo Papa João XXII, mais de um século após Santa Juliana ter repetidas visões de uma lua brilhante com uma pequena falha. Meditando nessas visões por duas décadas, Jesus lhe apareceu e explicou que aquela falha era a celebração da Santa Eucaristia, festa que faltava no calendário da Igreja. De 1208 a 1225 Juliana manteve silêncio, até que  revelou ao bispo de Liége que institui a festividade em sua diocese. Após dois meses este bispo morreu e o novo bispo não foi solícito para com a celebração e cancelou a festa. Enquanto isso, em 1252 a festividade foi instituída em todo território alemão por Hugo de Saint-Cher. Jacques Pantaleón que conheceu Santa Juliana e participou da primeira festividade de Corpus Christi se tornou papa em 1264 adotando o nome de Urbano IV. Proclamou a festa universal, mas essa só foi se firmar em vias de fato com João XXII.O que sempre foi sacramento, agora passa a ter um dia de festividade universal e oficial no calendário litúrgico, em honra a Cristo Jesus Nosso Senhor que se dá por inteiro, corpo e sangue, diariamente em todo o mundo, em cada missa celebrada, em cada comunhão, se unindo a nós para que assim compartilhando de sua vida possamos nos santificar, o amar e o adorar em verdade. Cristo, o pão da vida que desceu dos céus para nos salvar, nos torna nova criatura nascida do Santo Espírito que nos enviou após sua ascensão aos céus como vimos a poucos dias na festividade de Pentecostes. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nos lava, nos redimi e coloca em nós a sua própria vida através da Santa Eucaristia. Não podemos jamais nos separar de Nosso Senhor na Eucaristia. Nela adoramos dignamente a Deus Pai no Filho junto ao Espírito Santo. É caminho para a nossa santidade como relata o  Beato Carlo Acutis “todos os dias vivo a Eucaristia como um diálogo constante com Jesus, como uma autêntica esperança. A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu”. Não simplesmente uma estrada, mas uma autoestrada, pista onde se alcança alta velocidade. Um caminho rápido para o céu, afinal Cristo é O Caminho. Em  site criado por Carlo se elencam vários milagres eucarísticos pelo mundo.


É o próprio Cristo, Deus encarnado, que se fez homem no ventre da Santa Virgem Maria, que com imenso amor não satisfeito em se dar a humanidade por 33 anos e se entregar para morrer na cruz em nosso lugar, também o mesmo Jesus crucificado agora de maneira incruenta com seu amor extravagante e estupendo decide se dar diariamente a nós na Santa Eucaristia. Adoremos Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento e jamais abandonemos a comunhão por amor aquele que nos amou primeiro. Viva Corpus Christi, viva Cristo na Santíssima Eucaristia!


“Toda vez que o recebemos, anunciamos a morte do Senhor. Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez que o seu Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio”. Santo Ambrósio


“Tendo recebido o dom de amor, morramos para o pecado e vivamos para Deus”. São Fulgêncio de Ruspes


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1 comentário


Marisa Xavier
Marisa Xavier
03 de jun. de 2024

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